quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Odeio você!



São tantas as inquietações que não caberiam em todas as páginas que pudessem existir. O silêncio a que me obriguei viver me encheu de angústia e ansiedade. Não sou assim. Você me tornou assim. Você pedia uma mulher assim. E, entregue, assim eu fui. Escolha minha. Mas você é o maior algoz de mim. Nutri um sentimento que não existia. Você fingiu amores. Eu acreditei em todos eles. Eu amei todos eles. Ledo engano! E agora tudo dói. As mentiras, as omissões, as ausências, os constrangimentos, a voz alta, o olhar repressor. Não que antes não doesse. Só estou ficando cheia. Porque essa mulher compreensiva e cheia de felicidade no sorriso, não sou eu. Odeio seu jeito de me julgar. Odeio sua atitude egoísta e egocêntrica. Odeio quando você some sem me dar explicação. Odeio quando você se mostra frio e distante. Odeio quando promete e se compromete e não cumpre. Odeio quando dorme comigo, mas não acorda ao meu lado. Odeio quando não me abraça, quando não pega na minha mão e não me apresenta aos amigos. Odeio quando você não me beija com força e não me abraça com saudade depois do retorno. Odeio quando depois de um conflito você finge que nada aconteceu e joga a poeira pra debaixo do tapete. Odeio você, odeio você! Parece que esqueço de mim. E só me lembro por fim quando a alma chora piano. De verdade? Eu não mereço! Por que eu me dedico tanto? Por que eu mergulhei nesse fosso? Por quê? Por que me fez acreditar que podia dar certo? Por que me faz pensar que é bom? Por que me faz rir? Odeio quando me faz rir! Por que me olha assim? Vou me afogar! Por que me faz tanto bem e tanto mal? Não me completa, me deixa cheia de vazios. Repleta de ausências. E por que eu ainda insisto em insistir? Odeio você de novo! E tantas quantas forem às vezes que eu pensar em você. Estou sufocada! Falta o ar, falta amor, falta você. Já não sei se inventei o que nunca tive, se caminhei movida pela minha cegueira, em busca de um sonho que não me pertencia. São salgadas e frias as mágoas de que padeço. Você não vai entender. Nunca! Você está ocupado demais com a sua vida. Há um cálido espasmo a brotar das palavras não ditas. Arde! Abrir meu coração pra que? Como posso falar-te de alma se não sonhas comigo? Guardo a dor e as lágrimas como se fossem minhas fiéis amigas. Sempre a tua espera, querendo encontrar-te nesse céu inexplorado e desconhecido de nós dois. Quiçá por um minuto, uma hora, um dia. Pensar te ver, pensar te ter gera em mim uma cardiopatia estúpida, que me faz do coração um idiota, gerando uma confusão aos olhos unidirecionais. Isso mesmo, unidirecionais! Não consigo enxergar outros olhares, outros desejos. E ali fico eu, sozinha, desmanchando de tanto ódio e querer. Temo que um dia não voltes mais. La fora há um lugar do lado errado da noite, meu amor. E eu aqui, na minha eterna noite, fico a conjecturar, pressagiando o nunca... de certo é que eu odeio você!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Almas e intentos



Em meados do final da estação do frio, em meio a torrentes geladas e dias acinzentados, veio a febre que aqueceu a pele e a alma fria de outrora. Nasce quando dois olhares se cruzam no relampejar da batida das pálpebras, na lentidão e rapidez de um redemoinho que distante aponta. Em portas distintas, vidas desiguais num mesmo espaço, num mesmo instante, num segundo da pupila na pupila. Num desejo de eternidade. Sem saber que é, mas já sendo, é iniciado o fervilhão intrínseco do que estaria próximo de tomar um ser em sua totalidade. Mãos, olhos, pele... alma, sensações, inópia do outro ser... cada desejo sugerido pelo seu olhar, tomava meu ser num processo de erupção, e a “alma se agita aflita....e como se fosse praga.... bombeia meu cerebelo...”
Todos os dias que estariam no porvir seriam de muitos encantos e alguns, mas relevantes, mínimos desencantos. Cada som seria poeticamente proferido, cada toque profanadamente celeste... 

Era um púbere, mas ancestral cruzar de olhos, de almas, de intentos... nas ladeiras daquele mundo que me trouxe você eu me lancei. Como se lança ao rio que corre agitado. Num mix de medos e certezas. Eram dias de um cotidiano de diálogos agradáveis, filosofias desarranjadas, resultando em beijos intermináveis, almas se consumindo. Daí veio a necessidade... O vício da tua presença, do teu gosto, do teu cheiro, do teu som... Cirandas compassadas, o assinalar rítmico de olhares e murmúrios. Ecos, numa mistura de timbres e cores, instalando vibrações pelos poros, beijos carimbados, gotas transparentes de desejo, tocando nas nuvens, no meu céu... sonhos alaranjados em notas musicais, mesclando-se aos desejos a flor da pele... os cheiros tão teus, num só meu, corpo meu teu, alma minha tua... e eu cristalizando no céu dois pares de olhares a contar estrelas... A respiração pára... pára!

domingo, 18 de novembro de 2012

Desassossego





Poderia haver trilha sonora e tudo...
Como algo que surgiu sem ter nem pra quê, sem pretensão ou decisão, que talvez nem exista na sua forma mais concreta, pode impulsionar tal força dentro e fora de mim? E depois de entrar nos teus olhos (especialmente neles), na tua boca, no teu corpo, ser tomada pela imensidão do querer, ainda conseguir crescer e se firmar? É esse teu gosto que me faz falta. Sempre me faz falta! Uns açúcares e sais e qualquer coisa de alcóolica que me embriaga e vem da tua boca na minha. Tomando-me numa psicose frenética... E também me faz falta o teu cheiro e teu suor invadindo minha pele. Mas é no teu olhar, dentro, pupila na pupila, que eu fujo, que eu moro e que de repente você foge pra dentro de mim... Não vá agora! Demore-se em mim o tempo que houver, todo tempo que houver. Como se ele, o tempo, fosse outro que não o tempo das horas corridas na vida de sempre. Que me rouba dos seus braços. Como se ele fosse só nosso e o resto, nada. Mas apenas ali. Eu e você. E involuntariamente eu me pego tua. Desejando ser posse. Assustada pela necessidade da tua presença. Aflita de um querer indisfarçável. E como eu tento disfarçar... Ávida. Há uma infinidade de vontades e quereres rondando o meu sossego. Por que tudo é longe e sem tempo? Por que tudo parece tão inalcançável e distante? Queria o querer inundando o calendário, as agendas apertadas, as horas do dia. Respingando nossas bocas misturadas, nossos olhares e mãos entrelaçados. É, sim. Vontade da presença. Querer esse tudo todos os dias, todo o dia. Mesmo repleta de medos, quero querer esse querer com tal força que sem defesa eu fico. Refém do meu desassossego.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Liberté...Grito!! (Carta aos queridos do Distrito Sanitário II)



A vida da gente é necessariamente feita de escolhas. E todas elas vêm carregadas de consequências. Sem nenhuma falsa modéstia ou pouca pretensão, assim como Lya Luft, Clarice Lispector, Lisbela do Prisioneiro, Maria da Penha, Madre Tereza, D. Maria, D. Joseja, S. José e tantas outras e outros, como eles eu escolho a OUSADIA. E não escolho pra viver uma aventura romântica, um desejo revolucionário de um rebelde sem causa. Escolho, e aí digo escolhemos, porque é uma escolha coletiva. Escolho porque tem causa e efeito. É projeto societário e mais do que isso, essa ousadia pra mim e tantos outros companheiros de luta, que estão aqui, do meu lado, olhando pra mim, ou bem longe, é projeto de vida. Tudo o que vem acontecendo comigo e com tantos outros nada mais é do que o resultado de práticas de pessoas que arrotam filosofia e praticam tirania. Não tenho nenhum medo de afirmar isso. Absolutamente. Simplesmente porque é verdade. E não é nela que acreditamos? E não é por ela que estamos aqui? Muitos ancestrais nossos morreram pra que nossa voz pudesse ser ouvida. Muitos pagaram com seu sangue pra nos deixar uma herança de fala não cerceada. Muitos viram suas cabeças rolarem para que a tão sonhada democracia rumasse dos papéis para as ações. Nunca, em nenhuma circunstância eu remaria contra isso. Jamais compactuaria com posturas tão cruéis e egoístas. E a consequência disso é sabida. É pessoal, demitida! Todos vocês são testemunhas da minha paixão pelo SUS, da minha responsabilização com esse compromisso e do meu amor por esse Distrito Sanitário. Não é de hoje que sou parte intrínseca da construção desse projeto que se pretende ser socialista. Daí uns e outros, isso mesmo, uma meia dúzia, surgem do além com discursos midiáticos e práticas ditatoriais. Não sou, não posso e não quero fazer parte disso. E se pra isso eu precise perder meu conforto, minha estrutura, eu quero, eu escolho! Porque prefiro a paz do meu espírito, a consciência limpa e leve, a dor nos braços pela labuta do dia e o sorriso sincero de tantos nos meus olhos. Com a devida licença poética, traduzo minhas palavras nas do poeta e companheiro dessa mesma luta, Lau Siqueira:


“Somos filhos do mangue
refletindo a lua e o
delírio minguado dos becos
espanto e espasmo dos pássaros
que perfuraram o véu da manhã
somos a alegria de quem luta
e o braço forte de quem sonha
colheita de memórias negras
e índias que soçobram das veias
e saciam a sede 
mulheres e homens permeados
pelos ecos da esperança 
...de quem não espera
(peito aberto diante do abismo)
somos o grito das ruas onde
amassamos a vida
transformando labuta em pão
somos a fluidez dos rios
e o aprendizado das nuvens
no traçado rijo dos dias
companheiros de dor e alegria
caminhantes de luz pelas trilhas
desta lúcida utopia
(vencer é nossa mania)”



Aqui ou ali. Onde eu estiver. Onde vocês estiverem. A construção é a mesma. Força, luz! Vamos precisar de todo mundo junto. Cada mão aqui é fundamental na consolidação disso tudo aqui que a gente sua tanto, acredita tanto e luta tanto. Sabe... eu escolho os meus amigos pela pupila, pelos olhos. Aqui fiz muitos. De verdade. Aquela mesma verdade que falei a pouco. Nunca esquecerei dos desafios vencidos, dos dias vividos, das dores compartilhadas, do ombro oferecido. Das risadas trocadas, dos copos virados, dos lanches divididos. Me reconheço em cada olhar aqui dessa família. Em cada um, um pedacinho de mim. E em mim um pedacinho de cada um. O momento além do desabafo é também de agradecer por tudo. Agradecer em especial a Direção e as pessoas que foram minhas parceiras de território. E a todos pela paciência com as piadas muitas vezes impertinentes, pelo excesso de sinceridade, pela dureza nas palavras, pela compreensão das limitações, pela aposta no meu potencial. Isso é pra além do que os “ratos” podem compreender. É para os fortes! Só eles entenderão! E a luta é urgente! Não temos tempo de temer a morte!
Espero do fundo da minha alma poder cruzar com cada um que está aqui na construção de uma cidade verdadeiramente democrática. Onde possamos nos olhar de cabeça erguida. Sem medos, sem amarras, sem prisões. Totalmente repletos do desejo e da possibilidade de construção justa. Na defesa da liberdade como bandeira primeira de todas as nossas lutas. Pra encerrar esse “até logo” vou ler pra vocês uma frase de uma das mulheres mais admiráveis que eu já vi. Ela se chamava Simone de Beauvoir: “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa única substância”...
Até logo!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Viver o tempo


Agora era chegado o momento em que ela pensou que um dia pudesse não existir. Já não era mais só a saudade leve, doce, cheia de tons de lilás. O desejo do cheiro cheiroso, do gosto gostoso. Bom, tão bom!  A vontade de escutar ele falar de música horas e ver como aquilo era parte intrínseca a ele. Lindo! Ela dizia sempre... lindo! Agora ela respirava profundamente e olhava em seus olhos e ele perguntava – Por que esse olhar? Agora era outro olhar... era o da certeza da distância que se aproximava. Agora era a falta que apertava o peito. O lilás dando lugar à carência de cor. Era o silêncio da ausência que lhe rasgava a garganta. E era mais, era a impossibilidade de tê-lo ali, aqui, pra si. Ela é escorpiana, intensa, deseja possuir fortemente, sem reservas. Ela dizia a ele que crescer dói. E dói mesmo! Tudo era muito cruel com ela. Ela achava que o ideal mesmo era pular daquele barco. Mas ela não queria. Porque era tanto querer, tanto...! A própria âncora era ela. Presa! Medo? Sim! Muitos deles! Principalmente da quimera que um dia se mostraria. Mas ela acha que sabe nadar, e que o medo é bem pequeno perto do querer. Nesse dia que ela fitou seu próprio coração e viu que ele havia ficado bem pequenininho, ela sentiu raiva por ele tê-la achado. Ela estava quietinha em sua redoma bem semelhante a da rosa do B-612. E ele, aquele príncipe... tão carinhoso, de olhar tão profundo, tomando-a pra si. Ela achou que isso não era certo. Mas era verdadeiro, ingênuo e grande. Era justo se privar de tanto querer por medo? Ela não sabe o que fazer, mas sabe o que quer. Quer ter seu Cais perto, dentro, sempre. Mesmo no seu silêncio melancólico sua garganta grita saudade de tudo que poderia ter sido noutro tempo e que achou de se apresentar nesse tempo. Viver a cor, viver o som, viver o querer, viver o tempo. Era isso que ela mais desejava.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Olhos de querer...




Era nos olhos dele que eu fazia morada naqueles instantes.
Todos os dias aqueles olhos eram meus.
Eram um mar de tulipas que ruborizavam o meu ser mais particular.
Sua contemplação ao cruzar os meus olhos, me instava como um canto de sereia.
Era penetrante, agudo, profundo. Não tinha identidade. Era apenas o meu porto, a minha espera.
Não tinha sintonia de palavras. Era uma enxurrada de dizeres.
Como um Cais e eu perdida. Precisava, queria!
Não havia bater de pálpebras. Não havia desvio no olhar. Éramos nada ali.
Só eram eles, os olhos. Independentes. Como se pudessem ter vida própria, comunicação própria.
Perscrutando o meu ser inteiro. Por dentro e por fora.
Saltavam, ondas... brilhavam, faróis... dilaceravam o corpo e a alma.
Eram mãos trêmulas, frias. Borboletas saltando de dentro pra dentro.
Olhares facilmente decifráveis.
Quem ali estivesse podia perceber a ligação de alma entre eles.
Olhos ilegais...
Sensação proibida pelos humanos e permitida pelos deuses e semideuses que rodeavam aquelas almas sedentas uma da outra.
Reféns de uma vontade de querer.
Pareciam tomados de uma saudade. Saudade do que não se viveu nessa vida, talvez noutra – ele dizia.
Todo querer habitava. Sem saber por que, nem pra que. Somente querer! Verbo transitivo direto. Sentido próprio. Não precisa de complemento pra fazer sentido. Simplesmente querer!
De tanto querer, aqueles olhos me encontraram. Depois dos tempos juvenis, quase infantis, ele me buscou e me tomou pra si.
E o que já era mágico simplesmente por existir, tornou-se maior. Porque agora era o cheiro, o gosto, o som. O querer mais, por querer sempre.
Abriu minhas janelas emperradas, arejando meu âmago.
Olhos de anjo, que se colocavam sobre mim e apagavam a angustia do mundo real.
Hoje queria um sussurro de encanto pra congelar o tempo.
Porque era dos minutos que me alimentava. Era o que me era permitido.
Mas aquilo, somente ali, me bastava!
Porque só de encontra-lo fitando meu reflexo como nos dias de outrora, a alma se enchia daquela mesma sensação de tempos atrás, de vidas vividas.
E bastava!
Ele me pergunta por que olho tanto pra ele...
– É pra não perder aqueles olhos que um dia foram meus e que me servia de morada.
Emoldurarei teus olhos, em paredes caiadas das memórias de um tempo onde somente eles, os olhos, tinham vida latente em nós.
E nos olhos esmaltados da minha mente, carregarei comigo aquela tórrida paixão convulsionada no meu peito.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Irreal...


Ela pensou que podia ser pra sempre. Porque ele era tudo que ela podia sonhar em alguém. Só tinha um defeito, não era real. Isso mesmo! Ele foi uma ilusão criada pela sua fértil imaginação. Mas parecia tão real. Ela lembra perfeitamente do toque da sua mão, do gosto da sua boca e do cheiro do seu corpo. Ela lembra do seu sorriso. O sorriso mais lindo que tinha visto e dos seus olhos. Mas ela lembra mesmo é do seu olhar, ela perdia o folego quando ele a olhava. Ela lembra também das declarações de amor, das músicas, da voz... principalmente da voz. “Bom demais pra ser verdade”, o clichê mais real que ela já ouviu falar. Às vezes ela acha que não tem direito de ser feliz. Por que ele não podia ficar perto dela, nem ser dela, nem ser com ela? Ela não quer muito. Apesar das pessoas dizerem que ela é exigente, ela só quer ser feliz. E ela acha que era ele quem iria fazê-la feliz. E mais, ela acha que ela podia fazê-lo feliz... Ela queria uma casa com janelas e cortinas brancas, um mensageiro do vento de bambu com barulho de água caindo, um jardim bem florido, um filtro dos sonhos pra filtrar os mais lindos pra eles dois, um cachorro branco, um gato preto e um peixe bem colorido. Ela queria uma rede na varanda e queria filhos lindos correndo ali. Mas ela queria ele! Ela queria ele mais do que tudo isso. Porque nada tinha sentido sem ele, nada tinha cor nem cheiro sem ele. Ela queria ele pra ver filme até tarde agarradinha, pra brincar com as crianças no jardim, pra colocar elas pra dormir junto com ele, pra cozinhar juntos no domingo, pra passear de mãos dadas na praia, pra dormir de conchinha, pra chorar no seu peito, pra ter o seu beijo todos os dias antes de dormir e ao acordar, pra ver ele ensinando a tarefa das criança com toda paciência do mundo, até pra jogar vídeo game junto com ele. Será que ela queria muito? Ela acha tudo tão simples. Mas de fato, não é tão simples. Porque ele se foi como fumaça. E agora ele simplesmente não existe, não estava ali, nunca esteve ali. Ela pensou que sim, que ele podia ser dela, mas não era real. Ele mora só dentro dela. Isso sim era verdade, mas não era suficiente. E ela ao descobrir que não morava dentro dele, não tem vontade mais de ser feliz. Ela fingiu-se de forte por um instante e disse que seria feliz sem ele. Que tinha planos. Que planos? Seus planos agora já não faziam mais sentido. Porque nada fazia mais sentido... e hoje ela não tem planos, desejos, ela só tem lágrimas e um aperto no peito que não vai embora. Ela precisa de ar, mas, mais do que isso, ela precisa dele.